Monografias 2008
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Se Cercar Vira Hospício: Bom Despacho em Hospício é Deus
Lúcio Emílio do E. S. Júnior
Bom Despacho não está na geografia literária nacional. Minha esperança é conseguir colocar a cidade a partir desse livro,
Hospício é Deus, de Maura Lopes Cançado. Nascida em uma fazenda perto de Patos de Minas, Maura morou em São Gonçalo do Abaeté,
Bom Despacho, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e morreu num hospício do Rio de Janeiro em 1993.
Em vida, publicou dois livros: um de contos, O Sofredor do Ver e um diário, Hospício é Deus, além de contos no Suplemento
Literário do Jornal do Brasil, onde trabalhou. Todos os livros dela agora estão fora de catálogo, mas já foram citados em
crônicas de Nelson Oliveira, Carlos Heitor Cony, Ferreira Gullar e outros.
Em Hospício é Deus, diário do hospício, ela falou, brevemente, da fase em que viveu em Bom Despacho, casada com um filho
do então Coronel Praxedes:
Vivi durante cinco meses em casa de meus sogros, todo este tempo acreditando-me apaixonada pelo pai de meu marido, homem
forte, alto, muito bonito, de quarenta anos, coronel da Polícia Militar e comandante do batalhão existente na cidade onde
morávamos. Diziam-me parecida com uma sua ex-amante. Isto me excitava deveras (CANÇADO, 1979, p. 24).
Essa fase em Bom Despacho, onde foi casada com o filho do Coronel, foi decisiva na vida de Maura. Ela, que sempre vivia
em conflito com seus valores morais, separou-se com quinze anos, após ter casado com quatorze e tido um filho. Maura tentou
ser aviadora, pois o filho do Coronel era então aviador, embora fosse um rapaz de dezoito anos. Maura foi muito discriminada
em Minas por ter sido descasada, tendo se mudado de Bom Despacho para São Gonçalo e depois para Belo Horizonte, gastando a
fortuna do pai, rico fazendeiro, ao viver em hotéis, sem conseguir estudar, atormentada por seu casamento desfeito, muito
chocante para a moral dos anos 40/50. Deixou Minas pelo Rio, deixando um filho, Cesarion Praxedes, vivendo com a família aqui.
No Rio, conseguiu a admiração de muitos intelectuais, tais como o poeta e jornalista Reynaldo Jardim, que fez para Hospício
é Deus um belo prefácio e ajudou-a durante suas internações.
Maura sentia-se acolhida em hospícios, uma vez que chegou a tentar suicídio e sofria de convulsões e intermediava euforia
com depressões, situação que a impedia de ganhar a vida trabalhando em jornais no Rio de Janeiro.
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